A brasileira cria belas imagens e histórias para livros infantis e didáticos
“Sou artista visual e autora de livros infantis, tendo ilustrado mais de dez livros de literatura e didáticos, ilustrando e criando projetos gráficos para revistas e jornais. Costumo dizer que desde criança não parei mais de desenhar! E fiz do desenho uma divertida profissão. Hoje também desenvolvo oficinas para crianças em espaços culturais, como SESCs e livrarias”, destaca Andreia.
O começo
Sempre gostei muito de desenhar. Desde criança, passava as tardes debruçada numa mesinha da sala desenhando horas a fio o que via na TV.
Tive pilhas e pilhas de cadernos de desenho na infância. Talvez desenhasse até mais do que hoje nesta época – ao menos livremente!
Mantinha um diário onde escrevia e copiava trechos de livros ou frases que me inspiraram. Todos esses diários eram desenhados.
Os primeiros trabalhos
Trabalhei por anos em revistas de paisagismo e jardinagem, e me aproximei ainda mais de assuntos ligados à natureza. Foi aí que começaram a surgir trabalhos com livros didáticos na Editora Abril e na Editora Moderna. Nessa hora ouvi minha voz interna dizendo: “Vai!”.
Acredito que ouvir nossa voz nos momentos em que estamos decididos a mudar seja fundamental para passos importantes em nossas vidas.
Ilustrei livros para diversos autores brasileiros, como Rimas Animais de César Obeid (Editora Moderna); A menina e o mar, de Marta Lagarta (Editora Edebê); Um amor de confusão, de Dulce Rangel (Editora Moderna); O sapato-pato, de Pablo de Marcelo Jucá (Editora SM), entre outros.
Como autora em texto e imagem, Duda Bocuda foi meu primeiro livro, pela editora Scipione. Em 2015, lancei meu segundo livro autoral e primeiro livro-imagem, Betina Quero-Quero, pela editora DCL.
Processo de criação
Cada livro é um mundo e tem seu processo. Se é um livro de outro autor, leio o texto e faço anotações à mão com palavras, ideias que penso que poderiam vir a ser interessantes, momentos visuais da história. É um processo meio “caótico” no início, deixo as ideias virem e vou anotando.
Depois, faço um mini “storyboard“, que é um caderno com cena a cena da história, e vou desenhando em cima, mas de maneira muito simples. Gosto muito de pensar na composição gráfica geral do livro.
Apaixonada por papel
O papel faz parte do meu dia-a-dia de trabalho, desde anotações à mão, composições gráficas de cenas que planejo para meus livros e até montagem de bonecos manuais. Pode ser algo que em tempos digitais talvez tenha perdido como prática de trabalho, mas para mim é de grande importância para compreender e sentir o objeto livro.
O papel é um material sensível e vivo, tátil e vejo nas minhas oficinas também o quanto o público adora experimentá-lo. No tempo livre, também adoro desenhar nos chamados “sketchbooks“, que são uma espécie de caderno de rascunho. Papel, para mim, é uma das maravilhas da criação da humanidade, repleto de vida e possibilidades.
Dicas legais
O que eu posso dizer para quem quer trabalhar com papel, seja com histórias ou desenhos, é que continuem aprendendo sempre. Desenhe todo dia e sempre. Esteja aberto a ouvir profissionais experientes, mas atentos também a sua voz interior. Não desistam se realmente acreditam no que fazem.
Algumas coisas podem mudar, mas a arte, a palavra e o papel viverão para sempre. Papel é uma das criações mais incríveis e perenes da humanidade. Propaguem a ideia de amar o papel. Promovam o contato dele com as pessoas. O mundo está carente de afeto e trabalhos com papel são uma grande expressão de amor, de vida.
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